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Alimentação de ratos idosos: proteínas e fósforo em equilíbrio

  • Foto do escritor: Rosana Santos
    Rosana Santos
  • 18 de out.
  • 4 min de leitura

Atualizado: há 2 dias

Com o avanço da idade, os ratos passam por mudanças fisiológicas que afetam o metabolismo, o fígado e principalmente os rins. O declínio da função renal é um processo natural do envelhecimento e tende a se acentuar a partir dos 18 meses de vida. Essa deterioração progressiva prejudica a filtragem das toxinas do sangue e o equilíbrio dos minerais no organismo, exigindo ajustes específicos na alimentação.


Rato Idoso


Por que reduzir proteínas e fósforo


Dietas com altos níveis de proteína e fósforo sobrecarregam os rins, que precisam trabalhar mais para eliminar os produtos do metabolismo proteico, como ureia e creatinina. Estudos realizados com colônias laboratoriais de ratos demonstram que a redução gradual desses nutrientes pode retardar o avanço da insuficiência renal crônica, mantendo a função renal por mais tempo e melhorando a qualidade de vida do animal.


Embora o mecanismo exato ainda não seja totalmente compreendido, sabe-se que o excesso de fósforo aumenta a calcificação de tecidos e acelera o desgaste renal. Já as proteínas em excesso geram resíduos nitrogenados que os rins envelhecidos têm dificuldade em filtrar, favorecendo o acúmulo de toxinas no sangue.


Ajustes práticos na dieta


Para ratos idosos ou com sinais de comprometimento renal, o ideal é adotar uma alimentação mais leve e balanceada. Algumas orientações incluem:


• Evitar rações voltadas ao crescimento ou reprodução, que possuem alto teor de proteína e fósforo

• Priorizar rações de boa qualidade, com teor de proteína entre 12% e 15% e fósforo reduzido

• Incluir vegetais frescos de baixo teor de fósforo, como abobrinha, pepino, cenoura e folhas verdes suaves

• Reduzir o consumo de leguminosas, sementes e derivados animais, ricos em fósforo

• Garantir hidratação constante, oferecendo água limpa e fresca em todos os horários


Essas mudanças devem ser feitas com acompanhamento veterinário especializado. Somente o médico veterinário pode solicitar exames de sangue e urina para determinar o grau de função renal e ajustar a dieta conforme a necessidade individual de cada rato.


Conclusão


A alimentação tem papel essencial na longevidade e no bem-estar dos ratos idosos. Reduzir a ingestão de proteína e fósforo, associando uma dieta equilibrada e hidratação adequada, pode ajudar a preservar a função renal e proporcionar mais conforto nos últimos estágios da vida.


Cuidar da nutrição é também uma forma de amor e de respeito à fase mais delicada da vida desses animais.





Fontes científicas
  • Rat Guide. Chronic Progressive Nephropathy. Disponível em: ratguide.com/health/kidney/chronic_progressive_nephropathy.php

  • Keenan, C. M. et al. "Chronic progressive nephropathy in rats." Toxicologic Pathology, vol. 38, no. 4, 2010.

  • National Center for Biotechnology Information (NCBI). “Renal function decline with age in rats.”

  • Isamu Rats & FanRats Rattery. Guias de nutrição e manejo para ratos idosos.



Estudo - Fonte científica

Kusano, K. et al. (2008). Role of Low Protein and Low Phosphorus Diet in the Progression of Chronic Kidney Disease in Uremic Rats. Journal of Nutritional Science and Vitaminology, 54(3), 237–243.


Dieta com baixo fósforo e proteína e a saúde renal em ratos idosos


Um estudo publicado no Journal of Nutritional Science and Vitaminology (2008) investigou como o teor de proteína e fósforo na alimentação pode influenciar a progressão de doenças renais crônicas em ratos. O objetivo era compreender se a melhora observada em dietas com menos proteína ocorria apenas pela redução proteica ou se estava mais relacionada à diminuição do fósforo, já que ambos os nutrientes costumam estar presentes nas mesmas fontes alimentares.


Os pesquisadores utilizaram ratos com insuficiência renal induzida e os alimentaram com seis tipos de dietas diferentes, variando as proporções de proteína (16,9%, 12,6% e 8,4%) e fósforo (0,5% e 0,3%). Durante treze semanas, foram monitorados parâmetros de função renal, como creatinina, ureia, fósforo no sangue, excreção de albumina na urina e níveis do hormônio paratireoideo (PTH). Também foram feitas análises microscópicas dos rins ao final do experimento.


Os resultados mostraram que os ratos que receberam dietas com fósforo reduzido tiveram melhor preservação da função renal, independentemente da quantidade de proteína ingerida. Nessas dietas, houve menor acúmulo de creatinina, menor perda de proteína pela urina e menos lesões observadas nos rins. Além disso, os níveis de PTH permaneceram mais baixos, o que indica menor risco de osteodistrofia renal, uma complicação comum associada à doença renal crônica.


Nos grupos que consumiram dietas com fósforo normal, apenas aqueles com proteína muito baixa apresentaram melhora significativa. Isso demonstra que reduzir a proteína também traz benefícios, mas o controle do fósforo teve um impacto ainda mais importante. De forma geral, os animais com menor ingestão de fósforo viveram mais e apresentaram melhor ganho de peso e estabilidade metabólica.


O estudo concluiu que o fósforo é um dos principais fatores que influenciam o avanço da insuficiência renal. Embora a redução proteica também tenha efeito protetor, o controle do fósforo é essencial para retardar a progressão da doença. Os pesquisadores observaram ainda que a dieta com baixo fósforo preveniu o aumento do PTH, o que pode ajudar a evitar alterações ósseas associadas à disfunção renal.


Essas descobertas têm aplicação direta no manejo nutricional de ratos idosos ou com tendência a problemas renais. A alimentação deve priorizar rações de manutenção ou específicas para animais adultos e idosos, com teores moderados de proteína (entre 12% e 15%) e baixo fósforo. Alimentos naturais, como vegetais frescos de baixo fósforo e boa hidratação diária, complementam o cuidado e ajudam a preservar a saúde dos rins.


O acompanhamento veterinário especializado continua sendo fundamental. Exames de sangue e urina são essenciais para avaliar a função renal e ajustar a dieta conforme a necessidade de cada animal.


Manter uma nutrição equilibrada é uma das formas mais eficazes de prolongar a vida e garantir o bem-estar dos ratos idosos, proporcionando a eles uma velhice com mais conforto e qualidade.


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